Beber menos, porém melhor. Esta é a nova tendência do mercado que traz a cerveja artesanal para Alagoas, como mudança do padrão de consumo e das escolhas dos degustadores. Em grandes festas como casamento, confraternização de final de ano, bailes de carnaval, festas coletivas de São João, e até em algumas pequenas comemorações particulares, podemos encontrar o chope elaborado de forma manual.
Classificada como uma boa fonte de negócio pelos apaixonados pela bebida, embora ainda tímida no Estado, os primeiros passos são promissores na visão de empreendedores do setor.
Para trabalhar com cervejaria é preciso conhecer bem o mercado e o produto. Por se tratar de uma venda técnica, deve-se beber bastante. Não em quantidade. Para conhecer e depois fazer a venda. Não é simplesmente montar uma loja porque está vendendo muito e as pessoas estão ganhando dinheiro”,
A Associação dos Cervejeiros Caseiros Artesanais de Alagoas (Acerva/AL), conta com aproximadamente 50 associados que se reúnem mensalmente para debater e degustar novas produções da cerveja artesanal.
Hoje, muita gente está fazendo cerveja artesanal em casa, por enquanto. Só existe uma microcervejaria aqui em Alagoas. O fato é que necessita de autorização da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], marca para registrar, e os impostos ainda são altíssimos em cima da cerveja o que acaba fazendo os empreendedores pisarem no freio, mas todos eles têm vontade de abrir a sua microcervejaria”, disse.
No Brasil, a mais conhecida cerveja artesanal é a Pilsen, e a média de produção caseira da cerveja artesanal varia conforme o equipamento utilizado com cerca de cinco até 200 litros produzidos.
DURABILIDADE
A duração da cerveja artesanal está em torno de 30 dias, mas dependo do teor alcoólico pode estender seu prazo de validade.
“Isso é para uma cerveja de pouco álcool, para aquelas com alto teor alcoólico chamadas de cervejas de ‘guarda’ – quanto mais tempo fechada melhor fica, acima de 10% de álcool mais ou menos. O teor depende de quem faz, do estilo”,
Custando aproximadamente três vezes o valor de uma cerveja ‘convencional’, a artesanal atrai degustadores que ao provar se apaixonam e não a largam mais. Beber menos, mas com qualidade tem feito a cabeça dos consumidores que gostam de cerveja. “Depois que a gente bebe uma cerveja artesanal é muito difícil voltar a tomar cerveja de outras marcas. A gente nota a qualidade, mesmo aqueles que não entendem de cerveja. O valor é cobrado pela qualidade dos produtos que são de primeira e frescos”.
A produção da cerveja artesanal é composta por quatro elementos básicos: malte, levedura, luplo e água. O luplo, é o que dá o amargor na cerveja e proporciona também o cheiro, o componente não é colhido no Brasil, por conta do clima desfavorável; fermento onde é feito a calda doce, o malte - produto que resulta da germinação artificial e posterior dessecação da cevada ou de outros cereais usado para a produção de cerveja e 90% de água.
Juntado todos os componentes é feito uma fervura com o luplo, resfria a cerveja porque quanto mais rápido esfriar melhor, coloca no balde de fermentação, a depender da cerveja passa um período de 21 dias até a conclusão e ingestão. As cervejas artesanais são bem mais encorpadas resultante de um teor alcoólico maior, ou seja, bebe-se menos só que melhor. “Não precisa tomar um ‘caminhão de cerveja’ para ficar bêbado basta tomar duas garrafas da artesanal para ficar tonto já, digamos assim”, concluiu.
Mercado engatinha, mas já ocupa bom espaço nas comemorações
O país tem atualmente mais de 200 microcervejarias artesanais; em Alagoas, no entanto, o mercado é mais recente, e a primeira fábrica chegou em 2014, se instalando no Polo Multissetorial Luiz Cavalcante, no Tabuleiro do Martins, na capital.
Comandada pelo empresário alagoano Celso Tenório Nonô, a empresa fez um acordo com cervejaria artesanal de Piracicaba Cevada Pura, conhecida pela produção de cervejas puro malte (que não usam cereais não maltados como o milho e arroz na composição) para o uso da marca e de todo o processo de produção.



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